26/04/2022 - 15/06/2022
Chamada de artigos - Configurações: Revista de Ciências Sociais – n.º 30 / dezembro 2022
Coordenação
Pedro Cunha (Faculdade de Ciências
Humanas e Sociais, Universidade Fernando Pessoa) e Ana Paula Monteiro
(Departamento de Educação e Psicologia da Escola de Ciências Humanas e Sociais,
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).
Apelo a contributos
O conflito é um fenómeno transversal a
todas as dimensões da vida humana. Preocupações com a guerra e a paz estão,
assim, na obra de psicólogos/as e sociólogos/as desde o início das suas
ciências. Entendido paradoxalmente quer como acionador de desenvolvimento
pessoal e societal (e.g., promove mudanças sociais, estimula novos pensamentos,
ajuda a formar o sentido de identidade pessoal e social), quer como propulsor
do rompimento das relações interpessoais a todos os níveis (e.g., horrores da
guerra, violência entre países, inimizades em famílias), o conceito de conflito
tem vindo a ser cada vez mais abrangente e considerado estruturante no sentido
de incluir toda a diversidade de processos que integra o ser humano (sentir,
pensar e agir). As noções teóricas sobre o conflito e as perspetivas de análise
do mesmo evoluíram progressivamente de um conceito circunscrito a meras ações
adversas com base na inevitável perceção de escassez de recursos para
abordagens mais integradoras, da Psicologia, da Sociologia e de outras Ciências
Sociais, que incluem, além da análise de estados psicológicos antagónicos
dos/as protagonistas, os processos comportamentais, cognitivos e emocionais que
ocorrem, simultaneamente, em situações conflituais. O facto de existir algum
consenso sobre os conflitos funcionarem com base na escalada irracional tem
alavancado, científica e tecnicamente, grandes avanços no sentido de o foco não
estar apenas na sua resolução, mas também na sua gestão construtiva aos mais
diferentes níveis da realidade (e. g., escola, família, organizações, política,
justiça e saúde, entre outras). Nesse sentido, entendemos que será útil
debater, neste vasto campo, questões relacionadas com as diferentes
metodologias de gestão construtiva de conflitos, a importância da negociação
como pilar essencial das democracias, a utilidade da mediação em diferentes
âmbitos de aplicação, a relevância da arbitragem e da conciliação como meios
alternativos de justiça e a construção de uma cultura de paz.
Para este número/ dossiê temático, são
bem-vindos manuscritos que versem, entre outros, sobre:
- Conflitos em diferentes contextos
(escolar, familiar, justiça, comunitário, organizacional, saúde, entre outros)
e seus impactos;
- Processos de negociação, mediação,
arbitragem e conciliação em diferentes âmbitos (familiar, ambiental, escolar,
comunitária, justiça, entre outros);
- Desafios da construção de uma
cultura de paz e justiça social.
Dando-se especial destaque a artigos
assentes em investigação empírica, serão consideradas, igualmente, revisões da
literatura relativa a assuntos de manifesto interesse para o desenvolvimento
desta área temática, artigos com descrição e análise de projetos no âmbito da
gestão construtiva de conflitos, reflexões com base em relatos de experiências
profissionais em contexto de negociação e/ou mediação e recensões críticas de
obras relevantes para a análise psicossocial das áreas do conflito, negociação
e mediação.
As
propostas devem ser endereçadas à Direção da Revista, através do e-mail configuracoes_cics@ics.uminho.pt,
até ao dia 15 de junho de 2022. Recomenda-se aos/ às autores/as a leitura das
normas de publicação, disponíveis em https://journals.openedition.org/configuracoes/12189
e em anexo.